Eu contei os passos ao apartamento ao lado, combinei com Bruno que assim que eu tivesse pronta iria até lá chamá-lo e finalmente iríamos ao lugar que eu escolhi. Um berro da campainha e três toques na porta eram mais que suficientes, ele abriu a porta e eu me senti mal-vestida.
- Tá mó gato, hein rapaz?! - Falei dando um murrinho sem força no braço dele.
- Você está linda, Beca. - Ele disse num meio sorriso, assanhando o cabelo e olhando pra mim. Parecia uma cena em câmera lenta, onde você consegue notar cada detalhe. Metodicamente, Bruno pegou as chaves sobre a mesa, o celular, apagou as luzes e trancou a porta. - Então, onde vamos?!
- Ouvi falar de um carinha que vai cantar num barzinho de uma rua perto daqui. Tava nos meus planos irmos lá conferir. Que horas são? - Ele olhou o relógio caro que carregava no pulso e falou:
- Nove e meia. Em ponto. Não tem alguém pensando em mim, Hahaha.
- Lá só começa umas dez. - Eu disse, dando de ombros enquanto desciamos as escadas. - A gente pode ir indo pra pegar um lugar legal. Acho que dá pra irmos andando...
- Eu pedi o carro pro meu vô. - Ele falou, mostrando as chaves. - Não vou te deixar andar a pé por aí linda desse jeito. - Era uma cantada? Claro que não era, só pra começar não era um encontro, não tinha porquê ele me cantar!
- Ah Bruno, você sabe que eu nunca tive besteira com essas coisas! - Ele sorriu outro meio-sorriso, abrindo o carro de rico do avô dele que era podre de tão rico, ligou o som do carro e passava Lifehouse. - Eu adoro essa música.
- Qual é mesmo o endereço do tal barzinho? - Procurei o endereço na minha memória dos dois carinhas debatendo no ônibus, e respondi prontamente.
- Rua dos Anjos, número 16.
- Algum motivo especial pra ter escolhido esse lugar? - Bruno perguntou, com um flash de esperança de origem (para mim) duvidosa no olhar, enquanto dobrava uma esquina simpática.
- Só as boas indicações de música. - Eu falei, levantando a sobrancelha, olhando pro nada e ouvindo a voz de Sal por um milésimo de segundo durante a pausa estratégica da música que passava no rádio.
Desci do carro, e passei pela entrada do pub com Bruno ao meu lado, olhando pra cada um de todos os lados à procura de Sal, mesmo sabendo que eu não precisava procurá-lo, uma hora ou outra ele ia ter de aparecer. O lugar era confortável, mas ao olhar as pessoas ao nosso redor, tive a leve impressão de passar a impressão errada de um "encontro" outra vez. Eu contei oito casais nas oito mesas mais próximas a nós.
Ele pôs a mão esquerda sobre a mesa, fazendo menção de segurar a minha, então eu rapidamente puxei minha mão de volta.
- Bruno, olha... - Tentei dizer, mas ele entendeu antes que eu falasse.
- Eu sei. Não é um encontro. - Bruno falou no seu meio sorriso, olhando pra mim. Bagunçou o cabelo e olhou ao redor. - Não que eu não quisesse que fosse, porque você é a mulher mais linda nesse lugar e eu sei que você sabe disso, até porque todas as pessoas nesse lugar olharam pelo menos duas vezes pra cá depois que você entrou. - Eu sorri, mordendo o canto da boca.
- Se você não notou, eu não entrei sozinha. E para lhe ser franca, - Olhei ao redor - por enquanto, pelo menos, você é o cara mais lindo e bem vestido aqui.
- Concordo plenamente, Srtª Albuquerque. Então por que negarmos tanta beleza ao resto do ambiente flertando somente entre nós num 'encontro'?! Compartilhemos isto com o resto do mundo! - Ele disse, eu ri.
- Não poderia concordar tão mais com você. Fazemos um par tão lindo que chega a ser egoísmo! - Bruno riu e eu segurei a mão dele por dois segundos, até que Sal subiu no palco.
- Boa noite. - Eu derreti. - Bem-vindos à Taberna, meu nome é Sal, vou tocar um pouco pra vocês esta noite, e eu espero que gostem das músicas tanto quanto eu vou gostar de levá-las a vocês.
O moreno de braços perfeitos pegou o violão com o carinho que se deveria abraçar uma mulher. Passou o dedo pelas cordas como se acalentasse um rosto. Respirou fundo, aproximou-se do microfone à sua frente, e soltou a voz de um anjo - chamando pra ele toda a atenção de qualquer um que não estivesse olhando, posto que ele conseguia concentrar todo o universo no coração que a voz dele cantava tão divinamente bem. Se aquelas palavras fossem dedicadas a uma mulher, ela não seria uma mulher, ela seria A mulher. Conseguiria convencer qualquer uma de que pronomes pessoais obliquos nunca se refeririam à ela.
Eu estava tão abestalhadamente lesada olhando, ouvindo, apaixonada por aquela música, tão absorvida em todo aquele audiovisual, tão abstraída de qualquer mundo lá fora, distante, lá longe.
- Tá mó gato, hein rapaz?! - Falei dando um murrinho sem força no braço dele.
- Você está linda, Beca. - Ele disse num meio sorriso, assanhando o cabelo e olhando pra mim. Parecia uma cena em câmera lenta, onde você consegue notar cada detalhe. Metodicamente, Bruno pegou as chaves sobre a mesa, o celular, apagou as luzes e trancou a porta. - Então, onde vamos?!
- Ouvi falar de um carinha que vai cantar num barzinho de uma rua perto daqui. Tava nos meus planos irmos lá conferir. Que horas são? - Ele olhou o relógio caro que carregava no pulso e falou:
- Nove e meia. Em ponto. Não tem alguém pensando em mim, Hahaha.
- Lá só começa umas dez. - Eu disse, dando de ombros enquanto desciamos as escadas. - A gente pode ir indo pra pegar um lugar legal. Acho que dá pra irmos andando...
- Eu pedi o carro pro meu vô. - Ele falou, mostrando as chaves. - Não vou te deixar andar a pé por aí linda desse jeito. - Era uma cantada? Claro que não era, só pra começar não era um encontro, não tinha porquê ele me cantar!
- Ah Bruno, você sabe que eu nunca tive besteira com essas coisas! - Ele sorriu outro meio-sorriso, abrindo o carro de rico do avô dele que era podre de tão rico, ligou o som do carro e passava Lifehouse. - Eu adoro essa música.
- Qual é mesmo o endereço do tal barzinho? - Procurei o endereço na minha memória dos dois carinhas debatendo no ônibus, e respondi prontamente.
- Rua dos Anjos, número 16.
- Algum motivo especial pra ter escolhido esse lugar? - Bruno perguntou, com um flash de esperança de origem (para mim) duvidosa no olhar, enquanto dobrava uma esquina simpática.
- Só as boas indicações de música. - Eu falei, levantando a sobrancelha, olhando pro nada e ouvindo a voz de Sal por um milésimo de segundo durante a pausa estratégica da música que passava no rádio.
Desci do carro, e passei pela entrada do pub com Bruno ao meu lado, olhando pra cada um de todos os lados à procura de Sal, mesmo sabendo que eu não precisava procurá-lo, uma hora ou outra ele ia ter de aparecer. O lugar era confortável, mas ao olhar as pessoas ao nosso redor, tive a leve impressão de passar a impressão errada de um "encontro" outra vez. Eu contei oito casais nas oito mesas mais próximas a nós.
Ele pôs a mão esquerda sobre a mesa, fazendo menção de segurar a minha, então eu rapidamente puxei minha mão de volta.
- Bruno, olha... - Tentei dizer, mas ele entendeu antes que eu falasse.
- Eu sei. Não é um encontro. - Bruno falou no seu meio sorriso, olhando pra mim. Bagunçou o cabelo e olhou ao redor. - Não que eu não quisesse que fosse, porque você é a mulher mais linda nesse lugar e eu sei que você sabe disso, até porque todas as pessoas nesse lugar olharam pelo menos duas vezes pra cá depois que você entrou. - Eu sorri, mordendo o canto da boca.
- Se você não notou, eu não entrei sozinha. E para lhe ser franca, - Olhei ao redor - por enquanto, pelo menos, você é o cara mais lindo e bem vestido aqui.
- Concordo plenamente, Srtª Albuquerque. Então por que negarmos tanta beleza ao resto do ambiente flertando somente entre nós num 'encontro'?! Compartilhemos isto com o resto do mundo! - Ele disse, eu ri.
- Não poderia concordar tão mais com você. Fazemos um par tão lindo que chega a ser egoísmo! - Bruno riu e eu segurei a mão dele por dois segundos, até que Sal subiu no palco.
- Boa noite. - Eu derreti. - Bem-vindos à Taberna, meu nome é Sal, vou tocar um pouco pra vocês esta noite, e eu espero que gostem das músicas tanto quanto eu vou gostar de levá-las a vocês.
O moreno de braços perfeitos pegou o violão com o carinho que se deveria abraçar uma mulher. Passou o dedo pelas cordas como se acalentasse um rosto. Respirou fundo, aproximou-se do microfone à sua frente, e soltou a voz de um anjo - chamando pra ele toda a atenção de qualquer um que não estivesse olhando, posto que ele conseguia concentrar todo o universo no coração que a voz dele cantava tão divinamente bem. Se aquelas palavras fossem dedicadas a uma mulher, ela não seria uma mulher, ela seria A mulher. Conseguiria convencer qualquer uma de que pronomes pessoais obliquos nunca se refeririam à ela.
Eu estava tão abestalhadamente lesada olhando, ouvindo, apaixonada por aquela música, tão absorvida em todo aquele audiovisual, tão abstraída de qualquer mundo lá fora, distante, lá longe.
3 comentários:
Música: Falling In - Lifehouse
Li a história toda, e estou adorando.
Até parece uma história romancista, só que trazida para a realidade atual, gostei.
@MarcusIssler
parabéns Luiza, personagens criados com convicção, cenarios bem montados, e com uma coisa que todo mundo gosta né : trilha sonora, adorei...
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